quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

QUASE PSICOGRAFADO

Sim, porque isso foi escrito semana passada. Antes dos meus 20 malditos anos, e ainda faz sentido. Talvez agora até mais. Quase como se eu previsse o que completar 20 carnavais significasse... Escrevi quarta passada, e deixei de postar antes por falta de tempo, mas veja você o que escrevi...

Abre aspas:

Essa quarta feira voltei mais cedo do trabalho. Estava em casa ainda antes das seis da tarde, coisa que acho que não acontece já faz quase um ano... Sem nada pra fazer, deitei no sofá da sala, e antes que me desse conta, me peguei assistindo Castelo Rá-Tim-Bum, e sentindo o cheiro da minha mãe fazer a janta da cozinha. Quando o programa acabou e tocou aquela musica já tão conhecida, senti que tinha oito anos outra vez, sendo que no próximo sábado, completo vinte...

E caí em mim:

Onde é que foi parar? Onde é que se perdeu aquele menino que chegava da escola e fazia lição de casa na mesa da cozinha, contando pra mãe com as mesmas palavras, tudo o que havia ouvido durante o dia? Que assistia desenho, tinha vergonha de sexo, e achava cerveja azeda?

Que ponte é essa pela qual passei sem enxergar os próprios passos? Quando foi que decidi afrontar ao invés de obedecer? Onde é que ficaram os diálogos? Com que tijolos construí esse muro que me separou da família, mas sobretudo, me separou até de mim? Fui engenheiro ou construtor? Ou o construíram pra mim sem que eu pedisse nada?

Quando foi que decepcionar se tornou corriqueiro? Eu já gostei de ouvir elogios de quem me criou, mas de repente, comecei a sentir o mesmo prazer quando era minha a palavra final...O grito mais alto... Quando foi que comecei a sentir falta de alguém com quem dividir a minha vida? Sei que não foi hoje, mas só hoje decidi escrever a respeito. Quem é esse alguém? São meus pais? É o amor alheio? Ou o amor próprio?

Quando e como eu descobri que as luzes desfocadas, ofuscando minha insegurança, me faziam tão bem? Tão forte? Que eu precisava de combustível? Que sem o combustível, eu ainda me sentia com a fragilidade dos meus oito anos, mas não com a inocência...

Onde é que eu me perdi?

“Agora, fale-me sobre ti.” Alguém me disse outro dia.

— Quem? Eu? ... Eu quem?

E eu contei tudo o que aqui escrevi. Doeu um pouco admitir, mas foi um pouco bom. Não. Foi muito bom! Esse alguém que quis saber me disse coisas, e assim, me ajudou a voltar à procura.

Está difícil.

Mas aqui estou. ... (?)

Um comentário:

  1. O tempo passa pra todos, isso é horrivel!
    Adorei seu blog fê, e o layer tb!
    pouco bom vc

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